PAMONHA
A pamonha já vinha sendo degustada desde antes do europeu chegar às Américas. Era uma iguaria típica do índio tupi-guarani, que habitava desde a região da Amazônia até a Argentina.
A origem da pamonha no Brasil recebe versões diferentes. Há quem diga que a receita foi trazida pelos escravos africanos. Outra interpretação credita à imigração italiana, no século XIX, a popularização do milho na culinária brasileira.
Já outra vertente defende que a pamonha tenha surgido da mistura entre tradições indígenas (que já dominavam o cultivo do milho) e portuguesas (que teriam trazido ao Brasil uma receita muito semelhante à da pamonha) e dos escravos africanos que teriam feito as adaptações regionais necessárias até chegar a pamonha que conhecemos hoje.
Muitos hospitais mantêm a pamonha, e outros derivados, em seus cardápios pelas maravilhosas propriedades do milho, em especial na recuperação muscular.
No Nordeste, a pamonha é uma das comidas de milho típicas do ciclo junino.
A Pamonha, este prato delicioso da culinária junina leva milho ralado com leite e açúcar, formando um caldo grosso. Como nada se perde, tudo se transforma, a pamonha é servida na própria palha do milho de que é feita, em forma de saquinho. Além de original a embalagem chama a atenção pela beleza.
Diz-se, também que pamonha é a pessoa preguiçosa, o moleirão.
Também é, em outras regiões, um bolo de fubá, de milho ou arroz, cozido com água e sal, até ficar gelatinoso, sendo envolto em folhas verdes de bananeira. Depois de frio, é dissolvido em água e açúcar, recebendo, então, o nome de garapa de pamonha, alimentação refrigerante e aconselhada às mulheres que amamentam.
Receita de pamonha nordestina
A escolha certa
No que se refere ao preparo da pamonha, não há muito mistério, mas alguns pequenos detalhes fazem toda a diferença. A começar pela própria escolha da matéria-prima: o milho. “Dê preferência às espigas compridas, com grãos grandes e bem amarelados, pois elas possuem maior concentração do amido”.
De espiga em punho, é hora de ralar o milho. Nessa etapa, outro cuidado faz-se necessário: o grão deve ser ralado até o bago, mas o sabugo deve passar longe do ralador, “ele amarga a pamonha”. Com aquela infinidade de grãos, passa-se à fase da peneiração. Ela deve ser feita de forma homogênea, separando a casca do recheio. O objetivo é que a pamonha fique a mais fina e saborosa possível.
Artesanal
Com a palha do milho, é feita a famosa trouxinha da pamonha. O recheio é colocado lá dentro e fechado com fita da própria palha. O cozimento dura cerca de uma hora a uma hora e meia. Para ver se a pamonha está no ponto, uma boa dica é observar a tonalidade da palha. “Ela passa de verde-claro para verde-amarelado”. Quando pronta, a pamonha não pode estar muito mole. Por isso, é recomendável retirá-la da panela e deixar resfriar sobre uma bancada por 15 a 20 minutos, até que adquira a consistência final. “Quanto mais firme, melhor para comer”.
Ingredientes:
15 espigas;
1 côco;
1/2 litro de água;
Sal e açúcar a gosto;
Um pouco de manteiga.
Modo de preparo:
Corte as pontas das espigas, com bem cuidado, para aproveitar a palha. Retire a palha velha que fica por cima e use as folhas do meio. As que ficam mais presas à espiga também não servem, porque não são muito lisas. Limpe as folhas que serão usadas, para fazer as trouxinhas.
Para o recheio, rale o milho e passe na peneira com um pouco da água.
Rale o côco, e separe uma parte do côco ralado, para extrair o leite. Misture o milho com o leite de côco, o açúcar, o sal e a manteiga.
Se a mistura ficar muito grossa, adicione um pouco de água. Ao final, acrescente a porção de côco ralado.
Coloque o recheio dentro das trouxinhas de palha de milho e cozinhe numa panela com água fervente.
Tempo de cozimento: 1h30